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Reflexões sobre a Prematuridade
Reflexões sobre a Prematuridade

Trabalhar na prevenção da prematuridade já é foco de atenção do meu trabalho há muitos anos. A prematuridade ganhou um mês inteiro de reflexão na sociedade devido a sua importância e seriedade, uma vez que em torno de 12% de todos bebês nascem prematuros.

O dia 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade, mas durante o mês todo o mundo apresenta ações para demonstrar apoio a causa e levantar aspectos para reflexão e disseminação de informações. No Brasil, existe a ONG http://prematuridade.com que comanda as ações por aqui e nos incentiva vestir roxo, cor da campanha por simbolizar sensibilidade e individualidade, características dos bebês. Irei então aproveitar esta época para  fazer uma reflexão sobre o assunto.

O nascimento do bebê antes de completar 37 semanas de gestação é a definição de prematuridade. Tal situação pode ocorrer devido a presença de algumas características que levam a uma maior probabilidade de desfechos desfavoráveis, sendo definidas como “gestação de alto risco ou gravidez de risco”.

Existem vários critérios para identificação de gravidez de risco, entre eles diabetes, hipertensão, gemelaridade, idade materna acima 35 anos, histórico de nascimento anterior de bebê prematuro, cirurgia no colo do útero ou no útero antes da gestação, histórico de trombose ou de trombofilias, doenças crônicas (lúpus, cardiopatias, pneumopatias, nefropatias, alterações de tireoide, epilepsia) e tabagismo.

 

A atenção a esses riscos deve ser contínua desde a preconcepção, seguindo ao longo do pré-natal, a cada consulta. Estes podem ser identificados pelo médico através da história pessoal e familiar de cada mulher e através de alguns exames específicos para cada caso. Destaco a importância da medida do colo uterino em todas gestantes como sendo um cuidado imprescindível ao longo do pré-natal, pois conforme o seu comprimento pode haver maior risco de nascimento prematuro. Além disso, várias medidas terapêuticas  podem ser estabelecidas na presença de colo curto, visando postergar o nascimento prematuro. Entre estas medidas estão o uso de progesterona, pessário cervical e cerclagem a serem indicados conforme avaliação individualizado de cada caso.

E por que é importante a conscientização sobre o assunto?

O ponto aqui é disseminar o fato de que é possível muitas vezes prevenir o parto prematuro e suas consequências para a saúde do bebê, o que a maioria da população desconhece.

No mundo todo, um em cada dez bebês nasce prematuro, número que segue crescendo ano após ano apesar do número total de nascimentos estar diminuindo gradativamente.

Uma criança que foi prematura poderá enfrentar problemas de aprendizagem e comportamentais, paralisia cerebral, deficiências sensoriais e motoras, infecções respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares ou diabetes. Condições essas que podemos reduzir significativamente com os devidos cuidados nos momentos corretos. Também, estas complicações serão menos frequentes quanto maior for a idade gestacional do nascimento, mesmo que ainda dentro da faixa de prematuridade.

Então, vamos aproveitar este lindo mês roxo e nos engajar juntos, sensibilizando amigos, vizinhos e colegas de trabalho na Prevenção da Prematuridade.